Ontem na rádio, naquelas célebres meditações, fizeram uma pergunta que nunca me tinha surgido “pertences a quem?”. É certo que é uma pergunta bastante ingrata. Provavelmente quando a leram pensaram logo “óbvio que aos meus amigos, familiares…” mas eu pensei: não pertencemos a ninguém.
A partir do momento que pertencemos a alguém, deixamos de pertencer inteiramente a nós próprios pois seremos quase como marionetas que seguem o rumo que o outro assim espera ou manda, e não o natural, o que nos é inato. Não, não estou a adoptar a filosofia do Ricardo Reis de não pertencer a ninguém por considerar mais fácil no caso do fado nos trair mas a assumir a posição de que uma vida é algo muito abstracto para poder pertencer na verdadeira acepção da palavra a outra.
Podemos fazer parte de uma outra vida, de ser muito significativos para alguém, mas não somos objectos e como tal, pertencemos primeiramente a nós mesmos, alias se assim não for, é impossível conseguir ser crucial na vida dos demais. Agora defendo que integramos várias vidas, que marcamos de várias maneiras, e vamos sendo influenciados por quem também nos é importante. E ainda bem que assim é.
1 remendo(s):
“Ninguém perde ninguém, por que ninguém possui ninguém. Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo sem possuí-la.”
(John Lennon)
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