-

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Corta-te ou Purga-te I

Assumo-me aqui, perante o mundo da blogosfera como uma pessoa de opiniões divergentes quanto ao casamento.
Na minha opinião o casamento hoje em dia está a perder o significado que teve outrora. Enquanto que antes era algo para uma vida, hoje é algo para durar enquanto não houver a 1ª discussão. Quando esta existe, é pegar nas coisas e procurar de imediato outro parceiro. Se possível para casar após uns meses.
Isso pode ser bom ou mau, visto que muitas vezes as pessoas não se conhecem mas casam-se pensando que o galanteio existe durante o casamento. Nunca me casei, porém acho que quando for a minha altura vou preferir juntar apenas os “trapinhos”. E se casar será pelo civil. Simplicidade acima de tudo.
Por vezes quando vejo vários casais assusto-me, confesso. Com o passar dos anos tendem a ficar cada vez mais semelhantes fisicamente. A mulher com o cabelo curto e com umas roupas bem mais discretas do que quando conheceu o marido. O marido com uma orgulhosa barriga, tende a mudar pouco, prefere antes mudar a parceira.
Tudo bem que o casal goste um do outro e se modifique durante a relação, mas na minha opinião, não deve mudar a bel-prazer do outro.
Outra coisa que me irrita num casamento e daí a ideia de talvez não me casar é a perda de liberdade, coisa que me assusta deveras. “Amanhã sempre se almoça?” “Ah não sei, se o Joaquim quiser…”. Entendo que um casal deve partilhar interesses, mas daí a colocar todas as vontades na mão do outro…
Quem vier ler isto provavelmente vai julgar que sou completamente contra o matrimónio. Mas não sou. Por favor não me processem. Liberdade de expressão é saudável.
Para mim, não há casamentos perfeitos, mas sim casamentos ideais. Para mim este último é aquele em que há diálogo de parte a parte, em que se partilham opiniões sem retaliações, em que se diz o que tem a dizer na hora e sobretudo onde há honestidade que baste para terminar a relação se tiver que o ser.
Casamento para mim é a união, não precisa de ser baseado apenas em papéis.


Este tema surgiu de uma rubrica que criei com Débora Val, dona do Purgatório. A rubrica chama-se Corta-te ou Purga-te e passará a estar presente nos nossos blogues.

14 remendo(s):

Débora Val disse...

Bem, gostei do teu texto! Não ficou muito diferente do meu, até porque partilho da mesma opinião que tu. Mas digo-te abertamente, eu casaria-me desde que eu tivesse a certeza de que fosse a pessoa certa. E a pessoa certa será aquela que tu descreves no teu texto: "partilhar interesses,não colocar todas as vontades na mão do outro,tem de existir diálogo de parte a parte, em que se partilham opiniões sem retaliações, em que se diz o que tem a dizer na hora e sobretudo onde há honestidade que baste para terminar a relação se tiver que o ser". Não há nada que dure para sempre, pois não?

Achei curioso teres dito que um casal "não deve mudar a bel-prazer do outro". Achei curioso porque é exactamente isso que se vê. Eu creio que isso seja uma coisa completamente desnecessária, porque se ele casou comigo é porque gosta de mim tal como sou...

Eu acredito verdadeiramente que o elevado número de divórcios advém do facto de as pessoas se casarem a torto e a direito. Passados poucos meses depois de se conhecerem, casam-se. "Se correr mal, pedimos o divórcio". O casamento tornou-se banal... Não seria muito grave, mas as pessoas descobrem os defeitos do parceiro logo depois da festa...

Beijos.

Débora Val disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Débora Val disse...

Pus duas vezes o mesmo comentário e apaguei o segundo. Enfim...

Gabriela de Sousa disse...

Olá!
Finalmente actualizei o blogue. Como poderás constatar, está um pouco deprimente, mas enfim!... sou de fases... Já agora reparei logo em três palavrinhas que escreveste: "Nunca me casei..." calma, ainda tens tempo! Olha se já te tivesses casado! Havia de ser giro :P
É assim, eis a minha opinião quanto ao casamento: sim, de certa forma é uma perda de liberdade, mas eu até que admiro que as pessoas abdiquem disso; eu, pessoalmente, talvez por tender a ser (não egoísta) mas um pouco individualista não me sinto muito capaz, mas admiro as pessoas que conseguem. Mas sabes, o problema dos casamentos é mesmo esse: as pessoas pensam que os galanteios se mantêm, esquecendo as responsabilidades que isso acarreta. Além do mais, se o número de divórcios aumenta, uma parte deve-se à emancipação da mulher. Não estou a dizer que isto seja mau, mas a mulher tornou-se (penso eu) mais intolerante... A culpa dos divórcios, para mim, não é a falta de liberdade, é a falta de tolerância.
Pessoalmente não acho o ser humano como um animal monogâmico. Não é, para mim não é; os únicos animais monogâmicos são as aves, agora o ser humano... o ser humano é (ou pretende ser) monogâmico por ética, porque a sociedade impõe... não o é por natureza. E como nenhum animal (que é o que nós somos) também o homem não consegue escapar ao instinto, que é o que é natural, quebrando as regras de sociedade monogâmica que esta impõe... não me condenem, esta é a minha leitura e, como estou sempre a dizer, nasci no Dia da Liberdade de Imprensa...
Nenhum de nós quer ficar sozinho, por mais individualista que seja; quando digo isto não é referindo-me a sexos diferentes, podem ser do mesmo sexo ou mesmo uma relação de amizade... Creio que a maior parte das pessoas se casa, não por amar a outra pessoa, mas sim uma imagem que criou dela. Para a mulher, é importante passar a vida com o seu príncipe encantado e para o homem a sua princesa; resta-nos acordar e perceber que na vida não há príncipes e princesas, que todos temos defeitos, senão corremos o risco de ficarmos desiludidos. Há que sermos verdadeiros com o nosso parceiro desde o início, não usar máscaras ou fazer-lhe uma máscara para lhe ocultar os defeitos. Por vezes a realidade também pode ser um conto de fadas...
Beijos.

Unknown disse...

Muito interessante.
Partilho muito do que escreveste sobre o casamento.
E sobretudo o que não foi dito......mas ficou subentendido.
Não tenho nada contra essa instituição mas confesso que conheço poucos casais na verdadeira acepção da palavra.
A maioria limita-se a viver com....
Um abraço

Beatriz disse...

Ola Marta!
Boa tarde!
Confeço que concordo com algumas coisas tuas...
baseada no meu casamento e já estao a ser 17 anos, posso te dizer que amando, ou gostando, respeitando o outro, sabendo ouvir ,dando a nossa opiniao, a vida continua como o primeiro dia que casei. Continuo a sair com minhas amigas, onde jantamos e conversamos as nossas coisinhas, meu marido tb quando tem algum jantar só de homens, tb vai,quando nos convidam aos dois, nao preciso de lhe perguntar nada pq sei de antemao se estamos desponiveis ou nao, pq no nosso casamento existe confiança, respeito , dialogo e amor.Mas isso constroi-se ao longo da relaçao, agora muitos casais á pequena discussao-divorcio-pq nao casam por amor mas sim por vaidade, pelo casamento cheio de glamour...se ao menos se conhecem bem, discutiam, saudavelmente e punham ponto final e continuavam a caminhada a dois.Outros casais nao conseguem se separar e vivem como conhecidos devido aos filhos, mas o qual nao concordo nada, pois eles sofrem em silencio...
Como tudo na vida ,tem altos e baixos e tb concordo que se não dá, nao dá, nao vale a pena estar a massacrar ninguem...a separaçao existe para isso mesmo.
Tens tempo para o compromisso, namora muito...vive muito, que quando chegar a altura certa, ela virá ao de cima.
Deixo um beijo e o meu sorriso.
Bea

Patrícia G. disse...

olá Marta. Gostei muito do teu texto e partilho da mesma opinião que tu, até um bocado mais radical não vejo sentido no casamento, falam de partilha de bens e algo do género. Mas o casamento é um contrato de amor ou de negócios.
não vejo motivo.

vou continuar a passar por aqui.
boa, musica no blog, também gosto de muse :)
beijo.

Poemas e Cotidiano disse...

Oi querida Martha!
Li o seu escrito e mal acreditei que voce, com 17 anos, pode escrever isso! Que beleza se todas as meninas da sua idade pensassem assim.
Engracado que eu estava fazendo um post respondendo as perguntas que me fizeram sobre mim. E uma delas foi "Por que seu casamento dura tanto? Qual o sucesso?" E eu respondi: "LIBERDADE".. Nao ha duvida, que a liberdade eh a maior preciosidade do ser humano. Ri muito de voce citar: "Amanha sempre se almoca?" "A nao sei, se o Joaquim quiser.."
No meu casamento Martha, que ja dura 29 anos (com o MESMO HOMEM - risos) o essencial entre nos eh a liberdade, com respeito! Assinamos um papel, mas nao uma propriedade.
Um beijo carinhoso
MARY

Lu.a disse...

Tu só tens 17 anos?? 0.O

Lu.a disse...

Tens 17 a achas muito..?? LOL! Então quando chegares à minha (diga 33!) cortas os pulsos!:P

Sonia Schmorantz disse...

De pleno acordo...

Patrícia G. disse...

por acaso os Muse cairam-me no esquecimento, meteste-me a ouvir de novo!
há tempo que não ouvia :)

celialmeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
celialmeida disse...

Olà. Adorei ler, é um tema interessante e tens razão aliàs. Claro que não vou achar que és contra o matrimònio, pois tal como dizes a união não precisa ser feita em papéis. Hoje em dia casa-se pela beleza do casamento, pelo orgulho. Também é verdade que depois disso algumas pessoas mudam, ou o homem jà não é o que era, ou a mulher porque sabe que o marido a ama de qualquer forma, deixa de se aranjar. Uma mulher tem que continuar a cuidar-se e ser linda, não propriamente para o marido mas para ela, para o seu visual e seu bem estar. Infelizmente hoje em dia casa-se por pouco tempo, o divòrcio tà na moda. As vezes até casam sem saber se é a pessoa certa e dizem : oh se correr mal a gente divorcia-se. Para além ser custoso o casamento e o divòrcio, não é tão simples quanto isso separar-se porque hà sempre papelada a tratar, partilha dos bens e a custòdia dos filhos quando esses jà tiveram tempo de nascer. E o que acho pena, apenas, é que no meio disto tudo quando hà crianças são elas que sofrem. O pai, a mãe, tornam a fazer vida cada um para o seu lado. O filho sente-se divido ...
Com erros aprendemos e com o tempo não voltamos a comete-los. Mas hà quem não aprenda e tenha filhos de vàrios pais, vàrias uniões. Eles não deixam de ser gente, inocentes queridos, mas cria mais confusões !
Beijinho

© oblogdocorte 2007. Todos os direitos reservados