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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Corta-te ou Purga-te II

Já faço parte da Blogosfera há 2 anos. Posso dizer que desde aí estou muito mais atenta à escrita, principalmente à minha, que regista metamorfoses.
Comecei em forma de brincadeira, nunca pensei que me fizesse escrever mais ou melhor, simplesmente resolvi aderir ao movimento, apesar de não conhecer muitos jovens da minha idade com blogue. E isto sem querer parecer superior, acho que os poucos jovens que têm blogue muitas vezes confundem este espaço com hi5, orkut e afins, mas claro, cada um faz do seu blogue o que bem entender. Não paga mais por isso.


Penso que o blogue, desde há uns tempos para cá tem tomado o lugar de espaço de troca de comentários e não de apreciação de belos textos, fotografias, ou seja partilhas pessoais. As pessoas vêem um blogue que foi recentemente actualizado, entram, comentam e pisgam-se. Muitas vezes ficam-se pelo título. Confesso que gosto de receber comentários, muitas vezes comento com a intuição de concentrar mais visitantes, mas sempre que comento, leio sobre o que estou a opinar. É uma questão de respeito, mesmo para uma pessoa que não conheço, acho que merece, pois também dispensou o seu tempo.


Um dos principais problemas que eu vejo no Mundo da Blogosfera, é que tem muitos “moradores”. Qualquer pessoa se regista. Isso não é mau, mas por um lado começa a ser. Vemos blogues que são autênticos diários virtuais e na minha opinião há limites. Tudo bem que uma pessoa seja muito aberta, mas daí a escrever quantos quilos perde numa semana, experiências amorosas … acho que é dar informação a mais. Isso até se torna perigoso com quem conhecemos, quanto mais com desconhecidos.
Contudo gosto muito de ter um blogue. É como se tivesse um pedacinho de terra, onde posso plantar o que me der na real gana. Quando estou mais inspirada vai um poema, uma crítica, ou simplesmente uma frase.
O “Mundo da Blogosfera”, como todos os universos tem o bom e o mau. Cabe a cada um fazer as suas escolhas. Pode utilizá-lo para o fim a que se destina, ou adaptá-lo ao que mais lhe convém.

Este é o segundo texto da rubrica “Corta-te ou Purga-te”, exemplo virtual de que a blogosfera tem aspectos bastante positivos, como a celebração de uma rubrica entre dois blogues.
Aproveito para desejar uma excelente Páscoa a todos.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Não empurrar, mata.

As desigualdades sociais sempre foram factor presente em todas as sociedades e ainda são.
Enquanto que em algumas, a repressão não as fazia sentir, pois todos estavam submissos ao mesmo, na sociedade actual o ideal de liberdade é causa da sua intensificação. A fusão da liberdade e da igualdade nem sempre é positiva, já que nem todos podem obtê-la. Da sua não obtenção há o esquecimento dos vencidos e os “empurrões” entre os vencedores, que teimam em perpetuá-la.
A sociedade de hoje a meu ver é pouco madura, vendo em tudo uma oportunidade para mais um ganho, parece que se esqueceu dos tempos que 1974 atenuou e exerce assim alguma da tirania que consegue sobre os mais fracos, porém quando sofre algum atentado revolta-se, dizendo que já passou 1974.
Contudo, neste período, apesar das desigualdades sociais existirem, todos eram iguais quanto à sua posição submissa.
Na minha opinião, um dos factores que leva a “um tempo de empurrão”, como refere Manuel Alegre, é o facto de se colocar cada vez mais o poder politico na mão dos cidadãos. Não que seja negativo, se fosse caminharíamos para uma nova ditadura, porém a sociedade confunde, muitas vezes, os interesses particulares com os públicos. Deseja ser correspondida logo que intervém o que leva a uma menor consciencialização sobre as restrições que a politica tem, o que interfere na vida de cada um, mesmo daqueles que não tiveram oportunidade de participar.
Os homens portam-se cada vez mais como irracionais, nascem livres porém a ânsia de ampliar a liberdade faz com que “empurre” os que nasceram na mesma condição e que se vão tornando escravos ao longo de uma vida.
É certo que o mundo agora exige a supremacia do nosso “mundinho”, apelando ao egoísmo, contudo há que ver que a época precedente a 1974, como tantas outras épocas difíceis, nunca assistiram a tantos empurrões, precisamente na altura em que eram necessários.

Este texto foi escrito por mim num teste de Português, em que nos foi pedida uma reflexão sobre as diferenças da nossa sociedade e a da época de 1974, principalmente.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Corta-te ou Purga-te I

Assumo-me aqui, perante o mundo da blogosfera como uma pessoa de opiniões divergentes quanto ao casamento.
Na minha opinião o casamento hoje em dia está a perder o significado que teve outrora. Enquanto que antes era algo para uma vida, hoje é algo para durar enquanto não houver a 1ª discussão. Quando esta existe, é pegar nas coisas e procurar de imediato outro parceiro. Se possível para casar após uns meses.
Isso pode ser bom ou mau, visto que muitas vezes as pessoas não se conhecem mas casam-se pensando que o galanteio existe durante o casamento. Nunca me casei, porém acho que quando for a minha altura vou preferir juntar apenas os “trapinhos”. E se casar será pelo civil. Simplicidade acima de tudo.
Por vezes quando vejo vários casais assusto-me, confesso. Com o passar dos anos tendem a ficar cada vez mais semelhantes fisicamente. A mulher com o cabelo curto e com umas roupas bem mais discretas do que quando conheceu o marido. O marido com uma orgulhosa barriga, tende a mudar pouco, prefere antes mudar a parceira.
Tudo bem que o casal goste um do outro e se modifique durante a relação, mas na minha opinião, não deve mudar a bel-prazer do outro.
Outra coisa que me irrita num casamento e daí a ideia de talvez não me casar é a perda de liberdade, coisa que me assusta deveras. “Amanhã sempre se almoça?” “Ah não sei, se o Joaquim quiser…”. Entendo que um casal deve partilhar interesses, mas daí a colocar todas as vontades na mão do outro…
Quem vier ler isto provavelmente vai julgar que sou completamente contra o matrimónio. Mas não sou. Por favor não me processem. Liberdade de expressão é saudável.
Para mim, não há casamentos perfeitos, mas sim casamentos ideais. Para mim este último é aquele em que há diálogo de parte a parte, em que se partilham opiniões sem retaliações, em que se diz o que tem a dizer na hora e sobretudo onde há honestidade que baste para terminar a relação se tiver que o ser.
Casamento para mim é a união, não precisa de ser baseado apenas em papéis.


Este tema surgiu de uma rubrica que criei com Débora Val, dona do Purgatório. A rubrica chama-se Corta-te ou Purga-te e passará a estar presente nos nossos blogues.

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